Medusa, snake, multicabo… você sabe o que é?
A Medusa que costuma estar presente no imaginário das pessoas faz alusão a mitologia grega clássica. Descende de uma história trágica, em que uma mulher foi transformada em um monstro com serpentes no lugar dos cabelos.
Esta metáfora tornou-se referência para o multicabo espaguetado que é utilizado na medusa de som. Existe semelhança entre os fios com conectores nas terminações e a imagem lendária, mas, apenas em sentido figurado.
A alusão monstruosa faz jus a importância colossal que a medusa de som assume em um sistema de sonorização. Com valor inegável para engenharia sonora, a medusa tem uma função simples, algo próximo a uma extensão elétrica. Funcionando como ponto de ancoragem.
O mecanismo que estende a mesa técnica até o local de exibição da banda tem vários nomes: conjunto de cabos, caixa de conectores, banheira ou simplesmente medusa. Em território americano é conhecida como “stage snake” ou “subsnakes”.
A partir de vinte metros uma medusa torna-se essencial para interligar o palco e ao Mixer Profissional. Responsável por conduzir e receber sinais sonoros, ela auxilia na organização do cabeamento que distribui sinal para os instrumentos e os músicos.
Além de auxiliar na organização e segurança do projeto, evitando que muitos fios fiquem espalhados, a medusa também torna o sistema econômico. Ao invés de comprar inúmeros cabos de áudio, investe-se em uma medusa.
Banheira
A banheira é uma caixa metálica onde são colocados os conectores “Jack”. Também conhecida como caixa de palco, caixa de conectores ou “stage-box”. Em tamanhos distintos para acomodar o número de vias que cada sistema sonoro exigir, geralmente variando entre 6 e 48 vias.
Os conectores de painel são afixados na estrutura de metal, podem ser rebitados por baixo ou sobre a caixa. Um conector de painel é uma peça pequena, comumente feita em material niquelado e com uma trava de segurança para evitar desconexões acidentais.
A correspondência entre o número de vias na caixa e de canais no multicabo costuma ser igual. As banheiras são acompanhadas por um prensa-cabo para segurança e fixação do cabo na base e uma mola para preservação contra torções e desgastes. A estrutura possui uma alça para facilitar no transporte.
Multicabo
O sistema de som com multicabos substitui a utilização de vários cabos com configurações diferentes. Dado que, por um único cabo são transmitidos sinais de áudio, de uma única vez, por vários canais, com metragens diferentes. A organização das conexões com o multicabo deixa o aspecto do palco apresentável.
Além do ganho estético, tem a garantia de que todos os cabos, ou seja, todos os canais estão no mesmo nível de sinal. Pois, todos pertencem a uma única marca, possuem mesma blindagem, utilizam conectores do mesmo fabricante e o recebem mesmo padrão de montagem.
A via em um multicabo espaguetado é um sistema balanceado completo, possuindo individualmente o sinal positivo, o negativo e malha de terra separada para proteção contra interferências eletromagnéticas.
O plástico alumínio envolve os três condutores e fica em contato direto com a malha. Assim, o sistema tem isolamento interno e externo (acabamento em PVC), sendo praticamente imune aos ruídos. Cada fio está isolado e identificação individualmente.
Durante o processo de montagem da medusa, a ordem dos fios precisa respeitar rigorosamente o mesmo sentido. Assim, os fios devem ser soldados exatamente na mesma posição nos dois lados do multicabo, mantendo o aterramento.
Conectores
Como analisado anteriormente, cada via do sistema é completa e balanceada. Assim, os conectores também podem ser balanceados. Em um sistema de sonorização as conexões balanceadas são preferidas porque são menos suscetíveis a captação de interferência.
Em geral, existem conectores mono (um condutor e blindagem) e estéreo (dois condutores e blindagem). Eles também se dividem entre conectores macho e fêmea. As medusas costumam receber três modelos de conectores: XLR, P10 (TRS) e Combo.
Costumeiramente, os plugues machos ficam no sentido da mesa de som e os plugues fêmeas (jacks) ficam afixados na banheira. Mas, a formatação pode ser diferente do habitual. Da mesma forma que o sentido do sinal pode ser invertido.
Os profissionais que estiverem envolvidos com eventos musicais, casa de show, buffet, templos religiosos, teatros e espaços culturais itinerantes (feiras, bienais, exposições e etc.), em algum momento podem precisar de uma medusa.
A medusa é feita para ambientes internos e externos. Suporta climas variados, condições adversas e todo processo de organização e desarrumação de palco. Um pequeno grupo musical ou uma imensa companhia de espetáculo que precise organizar instrumentos e músicos vai precisar de uma medusa de som.
Contribuições técnicas de Renato Tocha e equipe de montagem da Cirilo Cabos.
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